Apesar de estar inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou sua intenção de disputar o Palácio do Planalto nas eleições de 2026. Em entrevista concedida nesta segunda-feira (21) ao SBT, Bolsonaro questionou a validade da punição imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disse que não há “cabimento” em deixar a principal liderança da direita fora da corrida presidencial.
“Como pode a maior liderança da direita estar fora da cédula eleitoral? Não tem cabimento”, disse Bolsonaro, que foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, referentes a episódios durante sua gestão à frente do Executivo federal.
Durante a entrevista, o ex-presidente voltou a se colocar como o principal nome da direita na América do Sul e afirmou que o eleitorado conservador brasileiro não aceitará outro nome. “População não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final”, declarou.
Com sua inelegibilidade mantida pelo TSE, nomes como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) são apontados como possíveis sucessores na disputa pelo eleitorado bolsonarista em 2026.
Ainda assim, Bolsonaro se mantém ativo no cenário político e tem participado de eventos no Brasil e no exterior, além de buscar fortalecer sua base de apoio dentro do Congresso Nacional e entre lideranças estaduais.
A fala de Bolsonaro gerou forte repercussão nas redes sociais e em setores da classe política. Juristas e analistas lembram que, enquanto sua condição jurídica não for revertida, o ex-presidente está legalmente impedido de disputar cargos eletivos — inclusive a Presidência da República.
O cenário político para 2026 permanece incerto, especialmente com a possível manutenção da inelegibilidade de Bolsonaro. Ainda assim, a insistência do ex-presidente em se colocar como candidato reacende debates sobre sua influência na direita brasileira e os rumos da oposição ao governo Lula.