O deputado federal de São Paulo Eduardo Bolsonaro (PL) anunciou, nesta terça-feira (18), que se licenciará temporariamente do cargo. A decisão foi comunicada por meio das redes sociais do político, que disse que ficará nos Estados Unidos para se dedicar integralmente à "missão de conseguir uma intervenção dos americanos" no sistema judiciário brasileiro.
O deputado afirmou que se voltará para punir "violadores dos direitos humanos", fazendo referência aos réus e condenados envolvidos no ataque à democracia ocorrido no dia 8 de janeiro.
O anúncio ocorre uma semana antes do julgamento de Jair Bolsonaro (PL), pai do deputado, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento pode tornar o ex-presidente réu por tentativa de golpe de Estado. Eduardo, que era o nome do PL para presidir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, afirmou que essa função deve ser assumida pelo deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Casa.
No pronunciamento, Eduardo Bolsonaro fez duras críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e à Polícia Federal, a qual chamou de "gestapo", em referência à força militar do regime nazista. "Da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele", afirmou.
A decisão de Eduardo Bolsonaro ocorre no contexto de uma representação movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no STF, no final de fevereiro, para que seu passaporte seja apreendido. O ministro Moraes encaminhou a solicitação à Procuradoria-Geral da República, que ainda não se manifestou sobre o caso.