A família do taxista morto depois de ser esfaqueado no Itaigara, em Salvador, afirma que ele já havia sido ameaçado pelo principal suspeito do crime. Informações preliminares apontam que o suspeito foi identificado como João Rodrigues Barbosa. Ele fugiu da cena do crime e teve a prisão preventiva decretada, mas ainda é procurado pela polícia. Nesta quarta-feira (12), familiares lamentaram o crime e relembraram Regivaldo Santana, de 51 anos.
O crime aconteceu na tarde desta terça-feira (11). Segundo a esposa da vítima, Cláudia Matos Ramos, de 44 anos, o episódio foi motivado após uma disputa por vaga em uma fila de táxis. Regivaldo trabalhava no local havia 20 anos. Ele e o suspeito tiveram um desentendimento há cerca de 45 dias. Cláudia Ramos falou que o marido disse estar preocupado com a conduta do colega quando a discussão aconteceu. “O homem garantiu que voltaria para terminar o que tinha prometido. Ele matou o meu marido e destruiu a minha família”, lamentou.
Ela sugeriu que Regivaldo trocasse de ponto para evitar novas brigas com o suspeito, mas a vítima descartou a possibilidade por gostar dos demais colegas taxistas que atuavam na região.
Cláudia e Regivaldo estavam juntos havia mais de 20 anos e tinham uma filha de 13 anos de idade. “Ela está arrasada. Esse homem levou um pedaço do coração dela e eu não vou parar enquanto ele não pagar por isso”, disse Cláudia.
O corpo de Regivaldo será enterrado às 15h desta quarta-feira (12), no Cemitério Municipal de Brotas, também na capital. Ele morava em Sussuarana e, de acordo com a família, era titular do alvará do táxi que dirigia.
“Meu pai não fazia mal a ninguém”
Além da esposa e da filha caçula, a vítima deixa outros 3 filhos, frutos de outros relacionamentos. Gleidson Silva Santana mora no Rio de Janeiro e precisou viajar às pressas para Salvador devido à morte do pai, que não via desde de 2022. “Ele era um cara tranquilo, não fazia mal a ninguém”, disse.
Gleidson revelou que o pai ainda não sabia que seria avô novamente. “A mulher do meu irmão está grávida de dois meses. Não deu tempo de o meu pai saber que ganharia o quinto neto”, contou.
Assim como a madrasta, o filho da vítima também acredita que o crime foi premeditado, apesar de o pai ter dito que não estava mais com medo do suspeito um mês e meio depois da primeira confusão. “Foi a maior covardia dele ter planejado matar meu pai depois de tanto tempo”, comentou.
Crime
Ontem, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar estiveram na Avenida ACM, mas Reginaldo morreu ainda no local. O irmão dele, o também taxista Renildo Santos, foi o primeiro familiar a chegar ao ponto onde o crime ocorreu. “Conhecia o homem que tirou a vida do meu irmão, que estava parado na fila apenas para almoçar”, pontuou, ao relembrar que a vítima estava no carro enquanto consumia uma marmita quando foi surpreendida pelo homem.
Segundo Renildo, o suspeito era recém-chegado à fila de táxis em frente a um centro odontomédico no Itaigara. Ele acrescentou que o homem teria divulgado um áudio nas redes sociais alegando que a vítima o agrediu verbalmente e que o taxista teria morrido por causa de um infarto durante a briga desta terça (11).
Renildo contesta essa versão e diz que a família aguarda a liberação do laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para que o crime seja solucionado e o suspeito possa responder judicialmente. Até a publicação desta matéria, a reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.
A 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico) registrou o caso e está coletando depoimentos de testemunhas para auxiliar nas investigações. O carro do suspeito foi encontrado no Complexo do Nordeste de Amaralina e também vai passar por perícia.
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