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Casal é preso por comprar carros com dinheiro doado para filho doente

Menino, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME) morreu em janeiro de 2021, aos cinco anos de idade. Os pais foram presos nesta quarta em Joinville

24/05/2024 às 10h52
Por: Mariana Carvalho Fonte: Correio
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Reprodução / Redes Sociais
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Um casal foi preso em Santa Catarina após ser condenado por estelionato e apropriação de bens. Renato e Aline Openkoski, pais do menino Jonatas e responsáveis por arrecadar cerca de R$ 3 milhões para custear o tratamento médico do filho, foram presos nessa quarta-feira, 22, na cidade de Joinville. Ambos estavam foragidos.

A decisão da Justiça de Santa Catarina foi tomada após o casal utilizar uma parte dos R$ 3 milhões arrecadados na campanha AME Jonatas para fins pessoais, como carros, academia, skate e roupas.

O menino, que tinha Atrofia Muscular Espinhal (AME) faleceu em janeiro de 2021, aos 5 anos de idade, após quatro anos do início da campanha.

O movimento foi criado em 2017 pelos pais da criança, diagnosticada com a doença rara degenerativa, para arrecadar dinheiro a fim de custear o tratamento do menino. A campanha repercutiu nacionalmente, e arrecadou cerca de R$ 3 milhões.

No dia 24 janeiro de 2021, o casal anunciou, por meio das redes sociais, que Jonatas havia morrido. “Nosso pequeno grande guerreiro acordou bem, sorriu, tomou seu leitinho e voltou a dormir. Dormiu o sono eterno ocasionado por uma parada cardíaca", escreveram os pais.

Investigações

Em janeiro de 2018 a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami) de Joinville começou a investigar a campanha AME Jonatas por suspeita de apropriação indébita.

A apuração atendeu a um pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que suspeitava que os pais estavam utilizando o dinheiro arrecadado na campanha para arcar com luxos pessoais.

No mesmo mês, a Justiça bloqueou a quantia arrecadada com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, assim como um veículo de R$ 140 mil que estava em nome dos pais da criança.

Em março de 2018, a DPCami de Joinville cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do casal, localizada no município. Foram apreendidos diversos produtos e roupas de marcas famosas, além de um veículo de luxo.

Naquele ano, a Polícia Civil indiciou Renato e Aline Openkoski por estelionato e apropriação indébita. Em outubro de 2022, o casal foi condenado pela Justiça catarinense por estelionato e apropriação de bens, conforme o portal Uol.No entanto, a prisão, conforme a Polícia Civil, ocorreu nesta quarta-feira, 22, em Joinville.

Conforme o delegado Rodrigo Maciel, a DPCami foi acionada para a prisão há dois meses, quando foi finalizado o prazo de recursos para a defesa dos pais de Jonatas.

Desde então, os policiais realizavam trabalho de inteligência e a campo, além de campanas. A investigação identificou que o casal fugiu de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, onde morava.

Na quarta-feira, ambos foram encontrados escondidos em um imóvel no Morro do Meio, em Joinville, cidade na qual foi lançada a campanha AME Jonatas, em 2017.

A defesa do casal disse que “serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes”.

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