O técnico de enfermagem Guilherme Maia, 25 anos, que passou três dias desaparecido, foi sequestrado, torturado e roubado. O jovem estava com casamento marcado para essa semana. A primeira suspeita era de que ele tivesse tido um surto e desaparecido, mas foi um caso de sequestro, segundo a família.
Na manhã de sábado (13), ao voltar do trabalho, ele pegou um veículo clandestino, popularmente chamado de “ligeirinho”, na saída da Estação de Metrô Aeroporto. Segundo o relato de uma prima, o técnico de enfermagem estava aguardando por um ônibus na saída da estação, e o coletivo demorou. Um veículo particular que dizia fazer corridas clandestinas, uma prática comum na região, ofereceu o serviço pelo preço de R$ 5. Guilherme entrou sozinho, e com apenas um passageiro, o motorista deu início à viagem.
O jovem achou estranho, porque geralmente veículos clandestinos aguardam mais passageiros antes de iniciar a corrida, e questionou o motorista. O homem respondeu que pegaria outras pessoas em pontos de ônibus mais à frente, porém, apenas um homem embarcou depois dessa conversa e era um bandido.
O criminoso estava armado, encostou o cano do revólver na cintura de Guilherme e deu ordens ao motorista. A suspeita da vítima é de que o motorista também está envolvido no crime. A partir daí as lembranças do técnico de enfermagem são fragmentadas. Ele recorda que ficou sob o poder dos criminosos, que eles foram violentos e que foi dopado. Enquanto os dias passavam, a família dele fazia apelo na imprensa e distribuía cartazes à procura do jovem.
Guilherme está noivo e, quando foi sequestrado, na manhã de sábado (13), estava a menos de uma semana do casamento, marcado para a quinta-feira (18). Ele trabalha em dois hospitais e estava voltando de um plantão de 12h quando foi abordado pelos criminosos.
Resgate
Guilherme foi encontrado três dias depois caminhando às margens da BA-535, desorientado e bastante machucado. Testemunhas avisaram à Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e uma viatura encontrou e levou o jovem para passar por atendimento médico. Ele teve ferimentos na gengiva, perdeu um dente, está com o pé machucado e sentido dor pelo corpo. A mãe dele, Cátia Maia, contou que apesar do susto, o jovem está consciente e se recuperando bem.
“Ele ainda está com o corpo todo dolorido e fica o trauma psicológico, mas, na medida do possível, ele está bem. Levaram o celular dele, bens materiais e acreditamos que sequestraram para isso. Depois, doparam ele e deixaram meu filho no meio do mato. Quando acordou, ele procurou pela mochila, mas os bandidos já tinham levado”, contou a mãe do técnico de enfermagem.
No domingo (21), a comunidade da Fazenda Grande do Retiro, onde ele mora, fará um culto, às 14h, para agradecer pela vida de Guilherme. Ele fará terapia e o casamento foi remarcado para maio.
Procurada, a Polícia Civil informou que as investigações seguem em curso e que detalhes não estão sendo divulgados para não atrapalhar a conclusão do inquérito.
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