O vereador mais votado de São Sebastião do Passé, Soldado Nailson (Republicanos), apresentou-se na manhã desta quarta-feira (12), ao Batalhão de Choque da Polícia Militar para cumprir uma detenção disciplinar de 15 dias. A deliberação foi imposta após um inquérito conduzido pela Corregedoria da PM-BA, que investigou um desentendimento entre o edil e policiais militares ocorrido em 19 de janeiro de 2021.
Na ocasião, Nailson foi preso pelo então comandante da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), Major Washington, após tentar impedir a apreensão de um veículo pertencente ao seu ex-sogro. O carro foi parado em uma blitz e deveria ser rebocado por estar com documentação atrasada.
O edil alega que a abordagem foi equivocada e que, mesmo após o pagamento da taxa de regularização, os policiais se recusaram a liberar o veículo. Segundo ele, ao mencionar seu parentesco com Nailson, o ex-sogro teve seu carro apreendido como forma de represália.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Nailson afirmou que sua prisão teve motivações políticas e citou nomes de figuras ligadas à segurança pública e à política sebastianense, indicando um complô contra ele.
"Provavelmente, se você estiver vendo esse vídeo, estou preso. Mas calma, para que você possa entender, vamos voltar um pouco no tempo."
O edil destacou a relação do Major Augusto Eurico Silva Costa, ex-comandante da 10ª CIPM, com grupos políticos da cidade, citando sua tentativa de candidatura a vereador em Salvador e a aliança com o ex-prefeito Breno Conrad, cujas contas Nailson rejeitou na Câmara Municipal quatro vezes.
Além disso, o parlamentar afirmou que, em 2021, após a posse da atual prefeita Nilza da Mata, o Major Washington teria se aproximado da família da gestora, participando de eventos privados e estreitando laços com a administração municipal.
O vereador reiterou que a abordagem foi conduzida pelo sargento Paulo César, que teria apreendido o veículo sem justificativa legal.
"O que aconteceu naquele dia foi, no mínimo, injusto e questionável. Alegaram que licenciamento estava atrasado. Mentira! O carro estava devidamente emplacado. De repente, sem justificativa, sem qualquer respaldo legal, ele decidiu apreender o veículo. Uma decisão que não veio da lei, mas de um claro desejo de perseguição."
O caso levanta discussões sobre possíveis abusos de autoridade e influência de interesses políticos dentro das instituições de segurança. Soldado Nailson segue cumprindo sua detenção, mas promete continuar denunciando as irregularidades que, segundo ele, busca silenciá-lo politicamente.
Confira o vídeo: