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280 anos: Salve Senhor do Bonfim, história de fé e devoção

A festa deste ano traz como tema “Amado Jesus, Senhor do Bonfim, Nossa Esperança, há 280 anos entre nós”.

Redação
Por: Redação
16/01/2025 às 08h10
280 anos: Salve Senhor do Bonfim, história de fé e devoção
280 anos: Salve Senhor do Bonfim, história de fé e devoção. Foto: Valter Pontes / Secom

Comemorando seus 280 anos, a festa deste ano traz como tema “Amado Jesus, Senhor do Bonfim, Nossa Esperança, há 280 anos entre nós”. O tema está alinhado ao Jubileu de Esperança, convocado pelo Papa Francisco, e reforça a conexão entre a espiritualidade e a história da devoção ao Senhor do Bonfim na Bahia, consolidando-se como uma das manifestações culturais e religiosas mais importantes da Bahia. Junto à devoção ao Senhor do Bonfim, a tradicional fitinha, símbolo de fé e esperança, ocupa um lugar especial no coração dos fiéis e no imaginário popular.

A preparação para a tão aguardada festa do Senhor do Bonfim, uma das celebrações religiosas mais emblemáticas da Bahia, tem início nesta quinta-feira, 9 de janeiro. Com uma programação repleta de momentos de fé e cultura, o evento segue até o dia 18 de janeiro, culminando dois dias após a tradicional Lavagem do Bonfim, que atrai fiéis e turistas de várias partes do mundo.

Programação

A abertura oficial é marcada pelo tradicional hasteamento da Bandeira do Senhor do Bonfim, no dia 09/01 na Praça do Santuário do Bonfim. O evento inicia uma novena que se estenderá até o dia 18 de janeiro. A programação incluirá missas, procissões, Tradicional lavagem do Adro da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim seguida da 16ª Caminhada “Lavagem de Corpo e Alma”, da Conceição da Praia até a Colina Sagrada e manifestações culturais que prometem envolver a comunidade em momentos de reflexão e celebração. 

Após a chegada da Caminhada, Padre Edson Menezes da Silva, reitor da Basílica Santuário, transmitirá da janela central do templo religioso uma mensagem e concederá a todos uma bênção, apresentando a imagem do Senhor do Bonfim. Chegando o cortejo das baianas, acontecerá o ritual da lavagem das escadarias da Igreja.

A programação completa do evento, incluindo horários e detalhes das celebrações, está disponível no site oficial do Santuário do Senhor do Bonfim, oferecendo aos fiéis a oportunidade de se organizarem para participar dessa grande festa da fé baiana.

 A Origem das Fitinhas do Senhor do Bonfim

Conhecida inicialmente como “medida do Bonfim”, a fitinha surgiu no início do século XIX, por volta de 1809. Inspirada na altura da imagem do Senhor do Bonfim, venerada na igreja de mesmo nome, as fitas eram confeccionadas em seda pura, bordadas à mão com a inscrição “Lembrança do Senhor do Bonfim da Bahia” e adornadas com figuras religiosas em ouro ou prata. Usadas como amuletos de proteção, eram itens exclusivos devido ao alto custo.

Com o passar do tempo, a fitinha foi adaptada para democratizar seu acesso:

Século XIX: Produção artesanal em seda, restrita a uma elite religiosa.

Século XX: Transição para o nylon, permitindo a produção em massa. As cores vibrantes e a simplicidade das fitas modernas facilitaram seu uso como pulseiras e objetos devocionais.

Atualidade: Cada cor da fita representa um desejo ou intenção, e a prática de amarrar as fitinhas no pulso ou no gradil da igreja, com três nós e pedidos, tornou-se uma tradição.

Salve Senhor do Bonfim: 280 anos de história e devoção

Rituais e Significados

Amarrar uma fitinha é um ato carregado de simbolismo. Os três nós representam desejos, enquanto a crença popular afirma que, ao arrebentar naturalmente, a fita sinaliza que os pedidos foram atendidos. Essa prática mistura fé católica com elementos do sincretismo religioso, conectando-se às tradições afro-brasileiras.

As fitinhas transcenderam seu significado religioso, tornando-se ícones culturais da Bahia. Durante a Lavagem do Bonfim, a distribuição das fitas faz parte dos rituais de devoção e purificação, reforçando a conexão espiritual e cultural entre os fiéis e o Senhor do Bonfim.

Embora não haja um criador identificado para a versão moderna da fitinha, sua origem é atribuída à comunidade de fiéis e às irmandades religiosas associadas à Igreja do Bonfim. Este símbolo, que começou como um objeto sagrado exclusivo, é hoje uma representação universal de fé, tradição e identidade baiana.

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