A Polícia Civil está investigando um hospital oftalmológico em Goiânia por manipulação da lista de espera para transplantes de córneas. O médico apontado como líder do esquema teve R$ 3 milhões de bens bloqueados. Segundo a delegada Débora Melo, alguns pacientes enfrentam uma espera de até dois anos e meio, enquanto outros conseguem o transplante em apenas 10 dias.
Em uma unidade do Setor Marista, o médico realizava procedimentos favorecendo pacientes fora da fila oficial. Supõe-se que ele recebesse aproximadamente R$ 15 mil para modificar a ordem dos atendimentos. Essas práticas violam as normas de saúde pública e o Código de Defesa do Consumidor.
A polícia busca esclarecer se os pacientes sabiam das fraudes ou se foram apenas vítimas. A investigação também aponta para possíveis irregularidades na captação e no transplante de tecidos oculares. Embora o médico não tenha sido preso, sua licença médica foi suspensa.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que investiga rigorosamente, em sigilo, todas as denúncias recebidas, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional Médico. Em relação ao médico envolvido, o Cremego confirmou que acatará a decisão judicial que suspendeu seu registro profissional.