Fiocruz alerta para aumento de casos graves de Covid-19

O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), entre crianças e adolescentes, após infecção com a Covid-19 é crescente na Bahia, de acordo com o novo Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além da Bahia, outros 15 estados brasileiros apresentaram aumento da SRAG.

De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia, em 2023, o maior coeficiente de incidência dos casos de SRAG por Covid-19 foi observado na faixa etária de maiores de 80 anos (7,6/100 mil hab.), bem como a maior letalidade (42,1%). Nas faixas etárias das crianças menores de 10 anos, foram registrados 05 casos e não houve óbitos registrados.

Analisando a distribuição espacial dos casos de SRAG por Covid-19, verificou-se que houve registro de casos em 33 municípios, destacando-se Vitória da Conquista com 05 (9,61%) casos, Itapetinga 04 (7,69%), e Salvador 03 (5,76%). Com relação aos óbitos, os maiores registros foram em Vitória da Conquista (03 óbitos/27,3%), Salvador (01 óbito/9,1%) e Maracás (01 óbito/9,1%).

Diante dos dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ressaltou a importância da adesão à campanha de vacinação, que teve início nesta semana. “Para enfrentar esse momento de forma mais segura, é fundamental que toda a população esteja em dia com a sua vacinação, de acordo com as doses recomendados para cada faixa etária”, iniciou.

Em seguida, o pesquisador pontuou a importância do reforço diante do crescimento de casos, principalmente para os grupos prioritários, evitando que haja impacto em termos de casos graves, internações e óbitos. “O sinal que se inicia na população idosa é um reflexo de que o vírus pode estar ganhando força novamente, aumentando assim a sua transmissão”, declarou.

Em entrevista à Tribuna da Bahia, o médico infectologista, Dr. Robson Reis, explicou que síndrome respiratória aguda grave (SRAG)  pode ser desencadeada por inúmeras causas. “A síndrome traz para o paciente complicações respiratórias, podendo levar a óbito. Ela pode ter causas infecciosas e não infecciosas. Geralmente, o boletim da Fiocruz traz causas infecciosas, que podem ser vírus, por bactérias, por fungos e uma série de patógenos. E dentre as causas virais nós vamos ter influenza A, influenza H1N1 e 1H3N2 e a Covid-19", explicou.

Em seguida, ele detalhou que o tratamento ao qual o paciente será submetido vai depender do vírus causador da síndrome. “Se for Covid 19 vai ser utilizado os antivirais e bloqueadores resposta inflamatório. O tratamento principal é o internamento hospitalar dos pacientes, na grande maioria das vezes, em unidade terapia intensiva. Esses pacientes também vão precisar de uma suplementação de oxigênio, que pode ser uma ventilação mecânica”, declarou.  

Vacinação contra a Covid-19

Até ontem (6), a Bahia contabiliza 11.726.057 pessoas vacinadas com a primeira dose, 11.007.309 com a segunda dose ou dose única, 7.764.666 com a dose de reforço e 3.222.987 com o segundo reforço. Do público de 5 a 11 anos, 1.094.909 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 748.060 já tomaram também a segunda dose. Do grupo de 3 a 4 anos, 90.226 tomaram a primeira dose e 45.013 já tomaram a segunda dose. Do grupo de 6 meses a 2 anos, 22.121 tomaram a primeira dose e 5.887 tomaram a segunda dose.