Marcelo Batista Silva, dono do ferro-velho onde trabalhavam Paulo Daniel Pereira, 24 anos, e Matuzalém Silva, 25, desparecidos há uma semana, está sendo procurado, devido a um pedido de prisão preventiva expedido pela Polícia Civil da Bahia (PC). O empresário é acusado por familiares pelo desaparecimento dos dois funcionários e é suspeito de homicídio qualificado e pode ser preso a qualquer momento.
Durante a última semana, a família e amigos de Paulo Daniel e Matuzalém realizaram manifestações em frente à empresa de Marcelo. Porém, somente na sexta-feira (8) a PC entrou no ferro-velho para iniciar buscas por evidências que pudessem levar ao motivo do desaparecimento. Antes mesmo da Justiça expedir o mandado de busca e apreensão, na quinta-feira (8) à noite, a defesa do empresário pediu um habeas corpus preventivo para evitar a prisão dele no decorrer das investigações.
O pedido trata-se de uma antecipação a uma acusação de crime de homicídio, de acordo com o documento. "Trata-se de Habeas Corpus Preventivo em que se objetiva a obtenção de salvo conduto, por figurar o paciente como suposto autor de crime de homicídio", escreve o juiz que recebeu o caso na Vara Criminal, mas o repassou para as Varas do Tribunal do Júri.
Cumprindo com as expectativas do advogado, pois, no sábado (9), foi expedido um pedido de prisão preventiva para Marcelo pela 3ª Delegacia de Homicídios (BTS). O acusado é considerado foragido, pois, ainda não foi preso. De acordo com as investigações, essa não é a primeira vez em que ele é investigado por crime contra funcionários do ferro-velho.
No ano de 2018, além de investigado, o empresário foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por crime de tortura praticado contra outros funcionários. Na denúncia, estão anexados os laudos médicos que comprovaram as lesões das vítimas que prestaram queixa contra Marcelo.
No dia do crime contra Paulo Daniel e Matuzalém, segundo o inquérito, o empresário teria prendido as duas vítimas no ferro-velho, acusando de pegar materiais do local. Com os dois rendidos, ele iniciou agressões com um barrote enquanto os ‘interrogava’. Ele nega as acusações e disse que estava apurando por conta própria um furto de materiais do ferro-velho.