O médico acusado de matar um colega de profissão após uma briga por dinheiro foi condenado pelo crime na última quinta-feira (26) após ir à júri popular. A pena definida foi de 17 anos, 10 meses e 15 dias de cadeia, além de 30 dias-multa a serem cumpridos em regime fechado.
Geraldo Freitas Junior foi acusado de matar o médico Andrade Lopes Santana após uma discussão em maio de 2021. O homicídio, ocorrido em São Gonçalo dos Campos, no centro norte da Bahia, teve seu julgamento realizado no Fórum Filinto Barros, em Feira de Santana, a 130 km de Salvador.
Os dois, que fizeram faculdade juntos na Bolívia e vieram juntos para a Bahia trabalhar, teriam brigado por causa de um veículo que Geraldo comprou em nome de Andrade, já que seu nome estava sujo no Serasa, indicando dívida. Segundo a Polícia Civil, Geraldo não fez o pagamento do carro para Andrade.
O suspeito levou Andrade para dentro de um rio, com uma âncora e uma arma. Contudo, a defesa de Geraldo afirma que não houve intenção de matar, enquanto o réu diz que o ocorrido foi decorrente de um sonho.
Segundo seu depoimento de sete horas de duração, um familiar de Geraldo ligado a uma religião esotérica lhe contou que sonhou que Geraldo havia sido morto por duas pessoas, e uma delas vestia uma camisa de um time de futebol. No dia em que ele encontrou o médico para cometer o crime, ele vestia a camisa presente no sonho.
A versão contada não se manteve, e o próprio Geraldo entregou uma diferente após o depoimento. A defesa do réu diz que a única motivação foi uma troca de mensagens entre Andrade e outro médico do qual Geraldo não gosta.
O crime veio à tona quando o próprio Geraldo foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência pelo desaparecimento de Andrade. Quando o corpo foi encontrado, no dia 28 de maio de 2021, no Rio Jacuípe, com uma marca de tiro na nuca, ele confessou o crime, afirmando ter cometido o homicídio sozinho, e foi preso.
Desde 9 de agosto de 2023, Geraldo está detido no Conjunto Penal de Jequié. Inicialmente, ele estava no Conjunto Penal de Feira de Santana, que solicitou sua transferência para Jequié, apoiada pela defesa, que afirma ser melhor já que os familiares de Geraldo moram no sudoeste baiano.
O julgamento seria em dezembro de 2023, mas a defesa pediu que a comarca fosse modificada, afirmando que o corpo de Andrade foi encontrado em São Gonçalo dos Campos, o que poderia lhe dar vantagem na sentença. A nova data foi marcada em Feira de Santana.
O desaparecimento de Andrade foi registrado pelo colega no dia 25 de maio de 2021. Ele teria desaparecido no dia 24, após sair da cidade de Araci, onde morava, em direção ao município de Feira de Santana, para resolver pendências do Exército.
Outro colega de Andrade também prestou queixa pelo desaparecimento no dia 25, na 2ª Delegacia Territorial de Feira de Santana. Esse, foi preso em casa, no bairro de Santa Mônica, quando o corpo foi encontrado, sendo suspeito por várias contradições em seu depoimento.
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