Dois jornalistas indiciados por suspeita de desviar doações que seriam destinadas a famílias vulneráveis na Bahia movimentaram em suas contas bancárias, entre saídas e entradas, cerca de R$ 3,4 milhões em menos de um ano. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O caso, que ficou conhecido como “escândalo do Pix”, é objeto de investigação pela Polícia Civil da Bahia há pouco mais de um ano e foi concluído em dezembro com o indiciamento de 12 pessoas. Entre eles estão um repórter do Balanço Geral, da Record TV Itapoan, um editor-chefe do programa.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público do estado, que solicitou novas diligências para coleta de provas. Em depoimento, ambos negaram tanto participação em crimes e quanto as ações descritas no documento.
Segundo apuração da Folha, em pouco menos de um ano, o repórter movimentou R$ 1,2 milhão em suas contas bancárias, enquanto o editor registrou R$ 2,2 milhões entre saídas e entradas no mesmo período. Os valores foram considerados incompatíveis com a renda de ambos.
No inquérito, foi pedido um bloqueio de cerca de R$ 500 mil dos investigados, valor semelhante à estimativa de recursos que teriam sido desviados no esquema. O número foi revelado em reportagem publicada nesta quinta-feira (23) na revista Piauí e confirmado pela Folha.
Os dois jornalistas foram indiciados por suspeita dos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas variam entre 8 e 21 anos de prisão.
Dentre os demais indiciados estão um amigo ddo editor apontado como operador do esquema e pessoas que emprestaram suas chaves Pix para que fossem usadas no programa de TV.
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