Uma nova medida para combater a proliferação do mosquito da dengue foi anunciada pela Prefeitura de São Francisco do Conde, em uma portaria publicada no Diário Oficial em 19/01/2024. A partir da publicação, a Secretaria de Serviços Conservação e Ordem Pública - SESCOP, coordenará uma operação de remoção de carros abandonados e sucateados em diversos pontos da cidade.
A iniciativa visa reduzir os riscos de transmissão da dengue, uma vez que esses veículos abandonados são potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti. Com a aproximação do período de chuvas, a preocupação com a proliferação do mosquito aumenta, e a remoção desses carros é uma medida preventiva essencial para proteger a saúde da população.
De acordo com a portaria, a operação de remoção dos veículos sucateados terá início no próximo dia 15 de abril e abrangerá diversos bairros da cidade. Equipes da Sescop serão responsáveis pela identificação, avaliação e remoção dos carros abandonados, em uma ação conjunta com outros órgãos municipais.
A população também é incentivada a colaborar com o combate à dengue, denunciando a presença de carros abandonados em vias públicas e evitando o acúmulo de água parada em seus quintais.
Com a publicação da portaria e a implementação da operação de remoção de carros sucateados, a Prefeitura de São Francisco do conde reforça seu compromisso com a saúde pública e reitera sua determinação em combater a dengue de forma eficaz e preventiva.
O Brasil já registrou, desde o início do ano, 3.062.181 casos prováveis de dengue. O número já é quase o dobro de todo o ano passado, quando foram detectados 1,6 milhão de casos.
Desde o início do ano, foram registradas 1.256 mortes por dengue em todo o país. Outros 1.857 óbitos estão em investigação.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Ministério da Saúde, por meio do Painel de Monitoramento das Arboviroses.
A dengue é causada por um arbovírus que se apresenta em quatro tipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Atualmente os quatro sorotipos circulam no Brasil intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente não atingidas ou com alteração do sorotipo predominante.
O vírus é transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes que também são responsáveis pela transmissão da chikungunya, febre amarela e Zika.
A dengue pode ter diferentes apresentações clínicas e de prognóstico imprevisível. Os primeiros sintomas aparecem de quatro a 10 dias depois da picada do mosquito infectado. A doença começa bruscamente e se assemelha a uma síndrome gripal grave caracterizado por febre elevada, fortes dores de cabeça e nos olhos, além de dores musculares e nas articulações.
Durante a evolução da doença, destacam-se três fases: febril, crítica e de recuperação. Na fase crítica da dengue (entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas), podem surgir manifestações clínicas (sinais de alarme) correspondentes a uma complicação da doença potencialmente letal chamada dengue grave (conhecida anteriormente como dengue hemorrágica). Na forma grave, há um aumento da permeabilidade vascular e da perda de plasma, o que pode levar ao choque irreversível e à morte.
Os sinais clínicos de alarme da dengue grave são: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; hipotensão postural e/ou lipotimia (tonturas, decaimento, desmaios); hepatomegalia dolorosa (aumento de tamanho do fígado); sangramento na gengiva e no nariz ou hemorragias importantes (vômitos com sangue e/ou fezes com sangue de cor escura); sonolência e/ou irritabilidade; diminuição da diurese (diminuição do volume urinado); diminuição repentina da temperatura do corpo (hipotermia); e desconforto respiratório.
Uma infecção curada de dengue confere ao paciente imunidade contra o tipo de vírus responsável. Por existirem quatro tipos diferentes de vírus, para estar totalmente imunizado, é necessário ter tido contato com todos eles. Caso contrário, a cada contágio com um novo tipo de vírus, os sintomas são mais intensos e o risco de desenvolver a dengue grave é mais alto.
O diagnóstico da dengue é feito comumente mediante sorologia para determinar a presença de anticorpos contra o vírus no sangue, mas não determina especificamente qual tipo de vírus é responsável pela infecção. O tratamento de um caso de dengue (mesmo que suspeito) não deve depender do diagnóstico laboratorial sendo os critérios clínicos e epidemiológicos muito importantes em épocas de surto.
Não existe tratamento específico para a dengue. Os cuidados terapêuticos consistem em identificar precocemente a doença e tratar os sintomas: combater a febre e, nos casos graves, realizar hidratação por via intravenosa. O atendimento rápido para a identificação dos sinais de alarme e o tratamento oportuno podem reduzir o número de óbitos, chegando a menos de 1% dos casos.
Desde o fim de 2015, a primeira vacina contra dengue foi registrada em diferentes países. De modo geral, os imunizantes têm mostrado uma efetividade muito variável (entre 50% e 80%) dependendo do tipo de vírus que causa a infeção, do tipo de indivíduos vacinados e do local onde tem sido implementado; igualmente o tempo de duração da proteção que está sendo estudado.
Vacinação:
As vacinas contra a dengue são de vírus vivos atenuados (não podem ser usadas por gestantes, pessoas com imunodeficiências ou em tratamento que prejudiquem o sistema imunológico). No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a Qdenga, vacina indicada para pessoas entre 4 e 60 anos, cujo esquema vacinal é composto por duas doses (com 3 meses de intervalo entre elas). Em um primeiro momento, a campanha pública de vacinação não será realizada em larga escala, por isso é preciso ficar atento aos locais de vacinação e à faixa etária para qual o imunizante está disponível. Na rede privada, além da Qdenga, ainda há a opção da Dengvaxia, que é indicada para pessoas de 6 a 45 anos que já tiveram dengue.
Além da vacina, o combate ao mosquito também é uma importante forma de prevenção, eliminando os criadouros de forma coletiva com participação comunitária e estimulando à estruturação de políticas públicas efetivas para o saneamento básico e o uso racional de inseticidas.
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