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Menino de 12 anos morre após fraturar tornozelo: como isso é possível?

O especialista considera incomum o caso de Arthur Barros, que faleceu devido a uma fratura no tornozelo

18/12/2023 às 10h49 Atualizada em 18/12/2023 às 14h19
Por: Redação
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Arthur Barros da Silva, de 12 anos, morreu dias depois de fraturar a perna enquanto jogava futebol, no Guarujá, litoral de SP. Foto: Reprodução
Arthur Barros da Silva, de 12 anos, morreu dias depois de fraturar a perna enquanto jogava futebol, no Guarujá, litoral de SP. Foto: Reprodução

O falecimento de Arthur Barros da Silva, de 12 anos, devido a uma fratura no tornozelo em Guarujá (SP), causou comoção nacional nesta semana.

O menino machucou a perna durante uma partida de futebol na aula de educação física. O atestado de óbito indicou insuficiência respiratória aguda, tromboembolismo pulmonar e fratura da perna direita como a causa da morte.

Em geral, fraturas ósseas não representam uma ameaça direta à vida. O Terra entrevistou um especialista, o médico ortopedista Luiz Felipe Carvalho, para entender se uma fratura pode levar ao óbito.

Ele explicou que não é comum que apenas as fraturas resultem em morte, a menos que sejam em grande quantidade ou desencadeiem outros sintomas.

Segundo o especialista, uma fratura pode desencadear outros problemas, como afetar os vasos sanguíneos da região, o que pode resultar em trombos, também conhecidos como coágulos sanguíneos.

“Eles podem, em alguns casos, se desprender do local onde foram formados e se deslocar para o pulmão, gerando um embolia pulmonar que pode ser fatal. Fraturas de ossos longos mobilizam mais gordura, então esse tem o maior risco de trombo.”

Felipe enfatiza que também é possível que a fratura, ou o período de imobilização durante a recuperação, afete os vasos sanguíneos, resultando em trombos que podem evoluir para uma embolia pulmonar e se tornar fatal.

O que aconteceu com Arthur?

É importante ressaltar que Arthur procurou assistência médica dois dias após ferir a perna. No primeiro atendimento, em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), o ferimento foi erroneamente diagnosticado como uma luxação.

Com a persistência da dor, a família levou o garoto novamente à UPA e solicitou encaminhamento para o hospital.

Somente no hospital, após a realização de um raio-x, foi identificada a fratura da tíbia distal (osso próximo ao tornozelo). A perna foi imobilizada, Arthur recebeu medicação e foi liberado.

Apesar do tratamento, Arthur continuou experimentando dores intensas e retornou à UPA dois dias após a imobilização, sendo novamente encaminhado ao hospital. Lá, o garoto foi atendido por um cirurgião vascular, recebeu medicação e foi internado.

Em entrevista ao G1, a tia de Arthur, Fabiana Barros Santana, mencionou possíveis casos de negligência médica.

“No decorrer da madrugada, ele já vinha passando mal e eu pedi que a médica subisse pra avaliá-lo, mas ela falou que não iria porque ele já estava mais do que medicado. A médica não subiu e, na manhã do dia seguinte [27 de novembro], meu sobrinho veio a óbito.”

Como é feito o tratamento de uma fratura?

Para tratar uma fratura, é essencial avaliar a extensão e o tipo da lesão por meio de exames de imagem. A necessidade de gesso, imobilização ou cirurgia depende da gravidade da lesão.

Em casos mais simples, a redução e imobilização corretas alinham os ossos para a cicatrização. Já em situações mais graves, são utilizadas cirurgias, placas, parafusos ou pinos para estabilizar a fratura.

“Em ambas as situações deve haver um acompanhamento médico durante a recuperação”, ressalta o ortopedista Luiz Felipe Carvalho.

O médico destaca que lesões que atingem a coluna, quadril, pelve e ossos longos, como fêmur ou úmero, demandam atenção prioritária devido ao seu potencial de complicações.

“Fraturas na coluna, por exemplo, podem resultar em danos neurológicos graves, fraturas pélvicas, por sua vez, podem causar sangramento interno ou lesões em órgãos vitais”, diz o médico.

 

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