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Polícia Caso Sara Mariano

Suspeitos confessam que receberam entre R$ 400 e R$ 900 para matar Sara Mariano; veja depoimentos

Os três dizem que foram contratados por Ederlan Mariano, marido da vítima

17/11/2023 às 18h57
Por: Mariana Carvalho Fonte: correio24horas.com.br
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Reprodução / Internet
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Três dos suspeitos de envolvimento na morte da cantora gospel Sara Mariana confessaram em depoimento nesta quinta-feira (16) a participação no crime, durante acareação e depoimento na delegacia de Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. Weslen Pablo Correia de Jesus, mais conhecido como Bispo Zadoque, Victor Gabriel Oliveira Neves e Gideão Duarte de Lima deram detalhes do crime à polícia.

Segundo os depoimentos, o crime foi planejado sob ordem de Ederlan Mariano, marido de Sara, que pagou os envolvidos e prometeu ainda mais dinheiro. A motivação não foi informada. Sara foi morta a facadas, desferidas pelo Bispo Zadoque enquanto era segurada por Victor Gabriel, na localidade de Leandrinho, às margens da BA-093, em Dias D'Ávila, Região Metropolitana de Salvador. 

Zadoque e Gideão estão presos, assim como Ederlan Mariano. Já Victor Gabriel está em liberdade. Um outro homem, cantor religioso, foi citado nos depoimentos, mas segundo os envolvidos ele não participou do crime, embora soubesse do plano de Ederlan e tenha recebido R$ 200 de "cortesia". 

Bispo Zadoque

No seu depoimento, Zadoque afirmou que esteve com Victor desde o início durante toda preparação e execução de Sara Mariano. Ele contou ainda que foram pagos por Ederlan para matar a esposa. Zadoque teria recebido R$ 900, Victor outros R$ 500, Gideão outros R$ 400 e um quarto homem, cantor religioso que não participou do crime mas sabia, foi pago com R$ 200 por "cortesia".

Segundo Zadoque, Ederlan se comprometeu a pagar mais a todos depois de achar um dinheiro que Sara teria escondido - cerca de R$ 10 mil a R$ 15 mil. O bispo assumiu que ele, Gideão e Victor ficaram responsáveis por ocultar o cadáver da cantora. Eles compraram gasolina e foram levados ao local onde estava o corpo por Gideão, dirigindo um veículo Onix prata, no dia 25 de outubro. Toda essa etapa teve anuência de Ederlan, segundo o acusado. Ele 

Victor Gabriel Oliveira Neves

Victor iniciou seu depoimento pedindo desculpas por ter mentido no interrogatório anterior, confirmando que de fato participou do planejamento, execução e ocultação do cadáver de Sara. Ele disse que no dia do crime estava com Zadoque e foram levados por Gideão em um Nissa Livina até o local onde Sara seria morta. Lá, ele e Zadoque desceram e Gideão foi até Valéria buscar a vítima.  Quando chegou de volta com Sara no ponto onde os dois aguardavam, Gideão simulou uma pane no veículo para explicar porque estava parando ali. 

Nessa hora, Victor foi para uma porta do carro e Zadoque para outra. Sara desceu pelo lado onde estava o bispo e foi levada por ele na direção de um despenhadeiro depois da pista. Victor contou que nesse momento perdeu os dois de vista, mas depois ouviu Zadoque gritando pedindo por ajuda. Victor foi até onde ele estava e ajudou segurando os braços de Sara. Com uma faca, bispo Zadoque então atacou a mulher, que recebeu vários golpes - ele não soube precisar quantos. 

Depois de matar Sara, eles saíram do local e trocaram de roupas - já haviam deixado roupas diferentes dentro do carro. De lá, seguiram para a casa de Ederlan, onde Zadoque recebeu o dinheiro e entregou o celular de Sara ao Marido. Ele diz que no dia 26 de outubro ele, Gideão e Zadoque se reuniram para decidir como dar um fim ao corpo, porque Ederlan tinha orientado que ele fosse retirado ou destruído, diante da repercussão do caso. 

Gideão Duarte de Lima

O terceiro envolvido disse soube do plano para matar Sara Mariano no dia do crime, informado por Zadoque, que o convidou para fazer o transporte. Ele disse que não houve um acerto de valores, mas que Zadoque lhe pagou R$ 400. No dia do crime, ele conduziu Victor e Zadoque até a entrada do Leandrinho e voltou para pegar Sara Mariano, conforme combinado. 

Na volta, parou o veículo na entrada do Leandrinho simulando defeito no carro. Foi quando Zadoque e Victor se aproximaram ordenando que Sara descesse, o que ela fez. Gideão diz que ficou às margens da BA-093 enquanto Zadoque e Victor matavam a cantora. Quando os dois retornaram após o crime, ele os levou para Valéria, onde se encontraram com Ederlan.

O celular de Sara foi entregue ao marido, disse também Gideão. Ele recebeu uma quantia em espécie de Ederlan. De lá, os três envolvidos seguiram para a Rodoviária de Salvador, quando pegaram o cantor que tinha conhecimento do caso, e seguiram para Camaçari. No trajeto, Zadoque pediu que Gideão fosse novamente ao local do crime para se certificar que estava tudo certo. 

Todos foram levados depois para um condomínio, e Gideão voltou para casa e foi devolver o carro, que era emprestado. Na noite do dia 26, ele conta que foi com Victor e Zadoque em um posto de gasolina na Gleba E e de lá voltaram para a entrada do Leandrinho para tentar retirar o corpo, caso não fosse possível incinerá-lo.

Zadoque e Victor foram queimar o corpo e Gideão mais uma vez diz que ficou aguardando às margens da rodovia aguardando com o Onix para fugir. 

Crime

A cantora gospel e pastora Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila. Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento.

Ederlan informou na ocasião que Sara tinha costume de participar de vários eventos religiosos e na noite de terça um carro foi buscá-la para levá-la até o encontro do qual ela participaria. Mais tarde, ele tentou falar com a esposa e não conseguiu. Ele chegou a dizer que não tinha mais detalhes sobre se ela chegou a partir do evento.

Ederlan chegou a ir até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã de quinta-feira (26). O corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde da sexta-feira (27). O marido reconheceu os restos mortais da vítima.

Como o corpo estava carbonizado e irreconhecível, a suposta identificação só foi possível inicialmente graças aos objetos encontrados ao lado da vítima, apontados como de Sara. No mesmo dia, Ederlan foi preso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa nega. Ele alega ser inocente.

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