Na Bahia, os consumidores enfrentam uma preocupação crescente devido aos elevados preços do gás de cozinha. Atualmente, um botijão de 13 quilos chega a custar R$ 140, após um reajuste realizado pela Acelen. Além disso, na região da Refinaria da Amazônia (Ream), também privatizada, o gás liquefeito de petróleo (GLP) é vendido por R$ 145,00, um aumento de 72% em relação ao preço praticado pela Petrobrás. Esses valores representam mais de 10% do salário mínimo, colocando uma pressão significativa sobre os orçamentos familiares.
A situação tem gerado críticas por parte da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, aponta que a população não pode continuar refém das empresas privatizadas, que detêm o monopólio nas regiões onde atuam e praticam preços abusivos, prejudicando os consumidores. A privatização da refinaria baiana Landulpho Alves, vendida ao fundo árabe Mubadala em novembro de 2021 e rebatizada como Refinaria de Mataripe, juntamente com a venda da Refinaria da Amazônia para o Grupo Aten em dezembro de 2022, tem contribuído para essa situação preocupante.
Este é o 13º reajuste no preço do produto em 2023 e o sexto aumento do ano.
De acordo com a Acelen, os preços dos produtos da Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais; a cotação do dólar e o frete, podendo variar para cima ou para baixo.
A empresa ressalta que possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado.
Os preços da gasolina e do diesel cobrados na Bahia são mais caros em relação ao restante do país e estão acima do chamado Preço de Paridade de Importação (PPI), de acordo com um relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), sobre o tema, divulgado nesta terça-feira (31).
A variação desses combustíveis acompanha a queda do preço do petróleo, do tipo Brent, que segunda-feira (30), fechou em queda de 3,19%, cotado a US$ 86,35 o barril nos contratos para janeiro. Já nesta terça-feira (31), às 17h, o barril marcava queda de 1,04%, cotado a US$ 85,45.
Ainda de acordo com o relatório da Abicom, as janelas de importação estão fechadas há 16 dias, em média, para a gasolina A, e 168 dias, em média, para o óleo diesel A.
A comunidade local espera por soluções que garantam preços justos e acessíveis para o gás de cozinha, aliviando o peso financeiro sobre as famílias baianas.
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