A despedida do médico Perseu Ribeiro Almeida, morto em um ataque a tiros em um quiosque no Rio de Janeiro, parou a cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, na manhã deste sábado (7). O velório foi encerrado às 9h40, quando o caixão foi levado em cortejo para o Cemitério Jardim da Saudade, onde foi sepultado sob forte comoção.
O comércio local fechou as portas para se despedir do conterrâneo e também como forma de protesto, para pedir paz. O clima de luto tomou conta do município, que tem apenas 46 mil habitantes.
Antes das 7h, já havia uma grande quantidade de moradores no local. Uma hora depois, uma multidão se reuniu para se despedir de Perseu.
O baiano era conhecido em toda a cidade e visto como uma pessoa querida e caridosa, que atendia até quem não podia pagar pelos serviços médicos.
O corpo do baiano foi transportado em um voo fretado e chegou ao aeroporto de Ipiaú no fim da tarde de sexta-feira (6). De lá, seguiu para o Salão da Maçonaria, onde foi velado durante toda a noite de sexta e madrugada de sábado, por amigos e familiares.
A assessoria do governador do estado, Jerônimo Rodrigues, confirmou que ele esteve no local e prestou condolências para os parentes.
Enterro do médico baiano morto a tiros no RJ reuniu uma multidão em Ipiaú — Foto: Roger Sarmento/TV Santa Cruz
A polícia acredita que Perseu foi sido confundido com um miliciano e, por isso, foi morto a tiros em um quiosque em frente ao local onde se hospedou.
Médico foi baleado em ataque a tiros no Rio de Janeiro — Foto: Redes sociais
Um dia antes de morrer, ainda na Bahia, Perseu encontrou familiares durante a comemoração do seu aniversário de 33 anos. Na ocasião, segundo o tio, o médico revelou que se preparava para realizar um dos sonhos do pai, que morreu em um acidente automobilístico em 2013: abrir uma nova clínica de ortopedia na cidade de Ipiaú.
O ataque a tiros aconteceu no Quiosque do Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca, entre os postos 3 e 4. Perseu estava com outros três médicos no local:
De acordo com a câmera de segurança do estabelecimento, por volta de 0h59 um carro branco parou sobre a faixa de pedestres em frente ao quiosque e três homens desceram do veículo. Eles foram em direção ao grupo de médicos e começaram os disparos. Perseu, Diego e Marcos morreram no local. Daniel foi socorrido com vida.
Outros clientes que estavam no quiosque relataram que os suspeitos não falaram com as vítimas e que foram mais de 20 disparos. Nenhum item dos mortos foi levado.
A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.
Médicos estavam reunidos em quiosque na Barra da Tijuca, quando foram baleados — Foto: Reprodução