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Afoxé Filhos de Gandhy revisa termo de adesão que vetava homens trans, e anuncia assembleia para discutir inclusão
A cláusula gerou polêmica e levou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) a abrir um procedimento para apurar um possível ato de transfobia no estatuto do bloco.
25/02/2025 08h48 Atualizada há 2 semanas
Por: Redação
Reprodução

A diretoria do Afoxé Filhos de Gandhy anunciou na noite desta segunda-feira (24), que instalarão o termo de adesão que restringiria a participção no desfile carnavalesco apenas a pessoas do sexo masculino cisgênero. A cláusula gerou polêmica e levou o Ministério Público da Bahia (MP-BA) a abrir um procedimento para apurar um possível ato de transfobia no estatuto do bloco.

No comunicado, o Gandhy informou que a expressão "masculino cisgênero" serão retirada, passando a constar apenas "do sexo masculino". A diretoria também afirmou que pretende realizar uma assembleia geral para discutir a possí­vel alteração do estatuto, confirmando as transformações sociais e a importância do debate sobre inclusão.

O impasse começou quando um termo de aceite divulgado pelo bloco especificava que apenas homens cisgêneros poderiam participar do desfile deste ano. A restrição causada, efeito imediato e levou o MP-BA a notificar a agregação, solicitando esclarecimentos sobre a regra.

Em nota oficial, a diretoria do bloco ressaltou o compromisso com a valorização da paz, do respeito e da tradição, enfatizando que os Filhos de Gandhy são formados exclusivamente por pessoas do sexo masculino, independentemente de raça, credo, cor, religião, orientação sexual ou classe social .

O caso continua sendo acompanhado pelo Ministério Público, que aguarda resposta da agremiação para determinar os próximos passos.

Confira a nota na Í­ntegra:

O Afoxé Filhos de Gandhy, ao longo dos seus 76 anos de história, sempre teve como princí­pio a valorização da paz, do respeito e da tradição. O nosso estatuto social reflete o percurso e os fundamentos da nossa irmandade, que, durante décadas, tem preservado a sua identidade cultural e religiosa.

Tradicionalmente, e de acordo aos preceitos religiosos que o regem desde o inicio, o Afoxé Filhos de Gandhy é formado exclusivamente por pessoas do sexo masculino, de toda raça, credo, cor, religião, orientação sexual, partido politico ou classe social.

Reconhecemos que a sociedade está em constante transformação e que debates sobre inclusão são fundamentais. Estamos sempre dispostos ao diálogo respeitoso e à reflexão sobre como manter nossas tradições vivas, ao mesmo tempo em que acolhemos as discussões da sociedade.

Neste sentido, recolhemos o termo de aceitação onde consta a palavra masculino cisgenero, passando a constar apenas do sexo masculino, quanto a alteração no estatuto posteriormente convocaremos uma assembleia geral para discutir o assunto.