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Mãe denuncia racismo em escola de Feira de Santana
Menino de 6 anos foi confundido com outro colega negro
04/12/2024 16h02
Por: Mariana Carvalho
Reprodução / Redes Sociais
Reprodução / Redes Sociais

A mãe de um menino de 6 anos denuncia que seu filho foi vítima de racismo em uma escola particular de Feira de Santana. De acordo com a dentista Nayane Barreto,  a mãe de uma aluna acusou o menino de ter pego o brinquedo da filha dela, mesmo após ele ter negado. Quando o menino relatou que, na verdade, um colega de ambos estava com o objeto, a mulher teria dito: "Escurinho tudo se parece". 

A dentista conta que o episódio aconteceu em novembro.  "Procurei ele pelo pátio e o encontrei sozinho, chorando e com cara de medo. Ele contou que a mãe de uma aluna pegou ele pelo braço e levou para procurar o brinquedo da filha dela", diz. O menino negou a todo momento que pegou o objeto e relatou que um amigo, que também é negro, estava com o brinquedo. 

"Eu questionei essa mãe e ela disse que pegou ele pelo braço mesmo. Eu disse que meu filho não tinha pego o brinquedo e, mesmo se tivesse, ela estava errada", completa Nayane. "Eu continuei questionando a atitude dela e, quando falei sobre o outro colega, que também é negro, ela falou que 'escurinho tudo se parece'", conta.

A mãe da criança conta que só conseguiu relatar a situação na diretoria da escola somente no dia seguinte e não recebeu nenhum apoio por parte da diração da unidade escolar. 

 Segundo ela, foram feitas reuniões com ambas as mães. "Me disseram que ela havia se arrependido do que falou e que jamais poderia ter sido racista porque tem pais pretos. Eu disse que essa é a principal fala de quem é pego sendo racista", denuncia. 

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Nayane disse ainda que os funcionários da escola se recusaram a escrever a palavra "racismo" nas atas das reuniões. "Eu precisei insistir para que isso fosse feito porque eles não queriam relatar o que ele passou", diz. A mãe não cita o nome da escola no relato.
 
A dentista informou que a criança será matriculado em outra escola, no ano que vem. "Tem sido difícil porque ele entende que a escola onde ele se sentia protegido não é mais um ambiente seguro", lamenta.