Cidades Salvador
Após mais de 24h de espera por uma cesariana, grávida e bebê morrem em maternidade de Salvador
Jovem estava em gravidez de risco e deveria fazer parto cesáreo, contudo, a família denuncia que médicos forçaram por 28 horas um parto normal
02/12/2024 09h50 Atualizada há 2 dias
Por: Mariana Carvalho
Reprodução

Após 28 horas de espera por uma cesariana, a operadora de caixa Kevelli Barbosa, de 22 anos, morreu, junto com o bebê, durante o trabalho de parto na maternidade Albert Sabin, em Salvador. Familiares da jovem alegam que houve negligência médica.

A jovem era moradora do bairro Nova Brasília e estava grávida de 38 semanas de uma menina que se chamaria Laura Valentina. A família informa que, desde o início do pré-natal, os médicos informaram que era uma gravidez de risco e o parto deveria ser cesariana, pois Kevelli era hipertensa e o bebê “estaria grande demais para a sua barriga”.

Ao chegar na maternidade, na madrugada da última sexta-feira (29) para realizar o parto agendado, a médica que estava no plantão informou que induziria um parto normal, através de uma medicação para dilatação a ser tomada de quatro em quatro horas.

No total, ela tomou sete doses, esperando mais de 24 horas para que os remédios surtissem efeito. Porém, houve uma queda dos batimentos cardíacos do feto e os médicos encaminharam a jovem para realizar a cesariana de emergência.

No parto, a criança já estava sem vida, com o cordão umbilical enrolado no pescoço, e Kevelli teve uma parada cardíaca, indo a óbito.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, através de nota, que todos os trâmites internos da unidade hospitalar foram realizados adequadamente e agora a equipe médica está investigando e realizando relatórios sobre as causas das mortes.

”Destaca-se que a equipe de assistência adotou todos os procedimentos indicados para o caso. Diante da causa não definida/indeterminada de óbito, a equipe de plantão elaborou relatório para avaliação em Sistema de Verificação de Óbito (SVO)”, declarou a pasta.

No mês passado, outra denúncia foi feita contra a maternidade envolvendo violência obstétrica, onde a mãe perdeu o bebê após ser obrigada a realizar um parto normal, mesmo com recomendação de cesariana.