Após as denúncias de que os corpos de Manoel Francisco da Silva, 54, e Ariston de Jesus, 61, vítimas da queda de um elevador no Horto Florestal, haviam sido trocados, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) negou a versão dos familiares. Segundo o DPT, a Corregedoria da instituição vai apurar "eventual falha de comunicação com as famílias".
Em entrevista ao CORREIO no final da manhã desta sexta-feira (15), parentes das vítimas disseram que os corpos foram trocados no Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues. Segundo Diogo Maurício dos Santos, filho de Ariston de Jesus, a suposta troca teria atrasado a liberação dos corpos. "É um absurdo o que estamos vivendo. Eu reconheci o corpo de Francisco, eles trocaram tudo: as digitais, os corpos, os parentes", desabafou.
As vítimas, que faziam uma mudança no edifício Splendor Reserva do Horto, morreram após o elevador do edifício despencar cerca de 25 metros. Ariston e Manoel eram amigos e vizinhos. O sepultamento está marcado para às 14h30, desta sexta-feira (15), no Cemitério Bosque da Paz.
Amigos e parentes aguardavam, desde às 6 horas da manhã, a liberação dos corpos - que só foi feita por volta do meio-dia. Segundo o Departamento de Polícia Técnica, "todos os corpos que dão entrada no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues passam pela identificação necropapiloscópica (confronto das impressões digitais), e, só após a identificação e a necropsia, são disponibilizados para as famílias".
O elevador que caiu em um edifício no Horto Florestal, em Salvador, matando dois funcionários de uma empresa de mudança, despencou do sexto andar, caindo cerca de 25 metros, segundo informação do Corpo de Bombeiros.
O prédio onde aconteceu o acidente se chama Splendor, e fica na Rua Waldemar Falcão. Os dois funcionários estavam no elevador de serviço. Eles eram contratados de uma empresa de mudança chamada Bom Preço. Eles faziam a mudança de um apartamento no sexto andar, onde funcionários de outra empresa faziam reparos.
O filho de Manoel foi até o prédio acompanhado pela patroa ao saber do acidente. O filho de Ariston também esteve no local e se desesperou quando demoraram para liberar a entrada dele na portaria. "É meu pai que está aqui dentro!", gritou, batendo no vidro do portão. "Abre, meu pai está aí dentro", repetiu.
Lourival Santos, funcionário de outra empresa, que estava fazendo um serviço para moradores do mesmo apartamento, disse que não notou nenhum problema no elevador, que usou para transportar gesso. "A gente também pegou elevador, acredito que foi Deus mesmo, poderia ter acontecido com a gente", afirmou. Ele disse que no momento do acidente o impacto foi grande. "Eu pensei que tivesse sido uma construção desabando, porque foi um impacto muito forte".
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) diz que está acompanhando os procedimentos e que os escombros do acidente precisaram ser serrados para retirada da segunda vítima das ferragens.
Funcionários da Atlas, responsável pelo elevador, foram ao local. A empresa divulgou nota lamentando as mortes. "A empresa lamenta profundamente a fatalidade ocorrida em um edifício residencial em Salvador e se solidariza com as vítimas e familiares. Informa que está cooperando com as autoridades na investigação das causas do acidente, bem como trabalhando com o condomínio e todas as outras partes envolvidas. Reitera, mais uma vez, as profundas condolências à família das vítimas", diz o texto.