Cidades Maus Tratos
Abrigo de idosos clandestino é fechado em Salvador
Local funcionava no bairro da Liberdade
24/09/2024 15h03
Por: Mariana Carvalho
Divulgação / MP BA

Foi fechado, na tarde desta terça-feira (24), um abrigo de idosos que funcionava de forma clandestina, no bairro da Liberdade, em Salvador. O ato aconteceu após uma ação do Ministério Público da Bahia, em conjunto com a Vigilância Sanitária municipal, Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), da Polícia Civil e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O local em si era o ‘Lar de Idosas Filhas de Dulce’, que funcionava em um imóvel do bairro. 

Através do seu site, o Ministério Público informou que apurações da 3ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Salvador mostraram que a instituição de longa permanência para idosos (IPLI) não possuía documentação legal, em desrespeito completo ao Estatuto do Idoso, colocando em total vulnerabilidade e risco a saúde de 16 idosas. 

As vítimas serão remanejadas para ILPIs em devido funcionamento e as que tenham referência familiar serão encaminhadas posteriormente para as respectivas famílias. 

De acordo com informações, o local era completamente insalubre, as condições eram precárias, tanto em termos físicos, quanto em serviços. Durante inspeção realizada na semana, passada, uma idosa foi encaminhada para uma unidade de saúde por apresentar um caso de desidratação. Ela ainda se encontra internada. 

Segundo relatório do MP-BA, o local  é calorento, sem ventilação, com teto coberto por telhas de amianto, possui fiação exposta, e um único banheiro, sujo, com mau cheiro, sem porta, acessibilidade e iluminação. A cozinha não demonstrou condições de higiene e não tem ventilação. A unidade não oferta atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer, tendo apenas a televisão como fonte de entretenimento. 

Já o local de medicamentos estava sujo e desorganizado e as medicações não continham identificação das pacientes. Também não foram identificadas as prescrições médicas. 

 A responsável pelo abrigo tinha sido notificada pela promotora de Justiça Ana Rita Nascimento para que eixasse imediatamente o imóvel e providenciasse a entrega das idosas às famílias. No entanto, nenhuma medida foi tomada. O MPBA também entrou em contato com familiares para que eles adotassem providências e nada foi realizado. Esses poderão ser responsabilizados judicialmente.