Brasil Suicídio
Morre o ex-satanista Daniel Mastral, autor de "Filho do Fogo"
De acordo com a Polícia Civil, ele foi encontrado com um ferimento na cabeça no quintal de casa, em Barueri (SP)
05/08/2024 22h47
Por: Redação
Reprodução

Aos 57 anos, o escritor Daniel Mastral foi localizado morto no quintal de sua casa em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, na noite de domingo (4/8). De acordo com a Polícia Civil, ele foi encontrado com um ferimento na cabeça.

Quem é Daniel Mastral

Daniel Mastral, cujo nome verdadeiro era Marcelo Agostinho Ferreira, ganhou notoriedade com o livro Filho do Fogo, lançado em 2000. Em três volumes, o escritor narra suas experiências da época em que era adepto ao satanismo.

Figura frequente em podcasts, Mastral se apresentava como teólogo e ex-satanista convertido ao cristianismo. Em fevereiro deste ano, afirmou, em entrevista, que abandonou o satanismo porque o instruíram a fazer um sacrifício humano. Ele, no entanto, disse que não tinha sangue frio nem coragem para concluir o objetivo, que o levaria a aumentar seu grau de poder e sua hierarquia na seita pagã.

Em 2021, Daniel perdeu a esposa, a médica e escritora Isabela Mastral, aos 52 anos, após sofrer uma parada cardíaca causada por um infarto agudo do miocárdio. Três anos antes, ele também perdeu um filho de 15 anos, que sofria de depressão e tirou a própria vida, em dezembro de 2018.

Segundo amigos, o escritor havia acabado de ter outro filho com sua atual esposa.

Morte

Daniel Mastral, de 57 anos, foi encontrado morto na Aldeia da Serra, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, na noite desse domingo (4/8). O corpo estava caído em uma área de mata, com um ferimento na cabeça.

Segundo a Polícia Civil, moradores da região ouviram um “estampido”. O local foi preservado pela Guarda Municipal de Barueri e o caso foi registrado como suicídio.

Exorcismo e atentado contra um pastor evangélico

Daniel Mastral, famoso pelo livro Filho do Fogo, lançado em três volumes, revelou que teve a ajuda de um pastor evangélico para se reencontrar com Deus e largar a seita pagã. “Desmaiei”, disse para Bruno Di Simone, do canal Na real, exibido no YouTube.

“Na época [do exorcismo], eu namorava uma moça que era evangélica e eu fui visitar a igreja dela. Lá havia um grupo fazendo uma adoração genuína, verdadeira. Não era show, não era espetáculo. A adoração genuína me derrubou no chão, sabe? Eu perdi o controle, desmaiei. Eu perdi a minha consciência”, afirmou.

Daniel lembrou que estava prestes a ser promovido no satanismo, mas que se recusava a realizar a exigência para concluir a promoção, que seria um sacrifício humano: “Eu já tinha ouvido falar disso, mas eu nunca tinha visto. Eu nunca tinha presenciado, assim, ao vivo. Eu sou incapaz de matar um bicho, um animal, um passarinho. E eu ia ter que matar uma criança”.

Mastral frisou que se sentiu revoltado com a situação, mas que seus superiores garantiam que ele não estava preparado e que, para isso, precisaria concluir o sacrifício. Até então, o espiritualista considerou a opção do pastor em passar por algo parecido com um “exorcismo”.

“A minha namorada marcou um encontro com o pastor da igreja, porque ele queria falar comigo. Eu fiz um feitiço contra ele e fui até lá. Ele teve um problema e não foi. Marquei de novo, né? Ele teve outro problema também e não foi. Na terceira vez, eu falei com o senhor sacerdote pra me ajudar a fazer um feitiço mais robusto”, falou.

O teólogo continuou: continuou: “A minha namorada marcou um encontro com o pastor da igreja, porque ele queria falar comigo. Eu fiz um feitiço contra ele e fui até lá. Ele teve um problema e não foi. Marquei de novo, né? Ele teve outro problema também e não foi. Na terceira vez, eu falei com o senhor sacerdote pra me ajudar a fazer um feitiço mais robusto”.

O rapaz destacou que, na segunda vez, fez um feitiço pra matar o pastor e não funcionou. “O cara estava vivo. Bateu o carro, mas não sofreu um arranhão. Eu fiquei muito indignado com isso, né? E aí [os satanistas] fizeram um ritual pra acabar com ele. E aí eu fui ao encontro [do pastor] cheio de orgulho, soberba, pensando: ‘O cara não vai vir’. Esperei duas horas, quando tô indo embora, o cara chega. A sensação que eu tinha é que eu não podia tocar nele, que se eu tocasse nele, eu caía”.

E foi a partir daí que Daniel percebeu que o homem era de Deus: “Ele me chamou e falou: ‘Posso orar por você, rapidinho, uma oração? Coisa rápida’. Ele me levou no gabinete, fechou a porta e eu só lembro de uma mão vindo na minha direção. Ele orou por mim, eu caí e me debati. Foi tipo um exorcismo”