Geral Tragédia
Terremoto deixa mais de 1,2 mil mortos na Turquia e Síria
O terremoto de magnitude 7,8 afetou as regiões do sul da Turquia e norte da Síria
06/02/2023 09h43
Por: Redação Fonte: Reprodução
Homem procura por sobreviventes em destroços - Foto: Reprodução/internet

Um terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter deixou um rastro de destruição e mais de 1200 mortos no sudeste da Turquia e no noroeste da Síria na madrugada desta segunda-feira, 6.

De acordo com o novo balanço provisório do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o número de mortos no país é de 912, pendendo novas atualizações, e mais de 2800 prédios desabaram com o tremor. 

O epicentro do terremoto ocorreu próximo à cidade de Gaziantep, importante centro industrial turco. De acordo com informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos, outro sismo, de 6,7 Richter, também foi registrado.

Na Síria, o número de mortos chegou a 560 e mais de mil feridos foram registrados. Nas regiões nas mãos dos rebeldes, perto da Turquia, são os Capacetes Brancos - socorristas que se mobilizam nessas áreas - que contabilizam as vítimas. 

O terremoto também foi sentido no Líbano e no Chipre, mas até o momento não há registro de fatalidades nos locais.

É muito provável que o saldo aumente rapidamente, levando em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia. 

Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava dormindo em suas casas.

"Minha irmã e seus três filhos estão sob os escombros. Também seu marido, seu sogro e sua sogra. Sete membros da nossa família estão sob os escombros", disse à AFP Muhittin Orakci, ao testemunhar as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas em Diyarbakir. 

Por questões de segurança, o gás foi cortado em toda a região, devido a tremores secundários que poderiam gerar explosões. 

Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, que causou 17.000 mortes, mil delas em Istambul.

Homem procura por sobreviventes em destroços|  Foto: -

Em busca de sobreviventes

Segundo o vice-presidente turco, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram o tráfego em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, segundo a AFP. 

"Ouvimos vozes aqui e ali. Achamos que talvez 200 pessoas estejam entre os escombros", disse uma equipe de resgate em Diyarbakir, de acordo com uma transmissão da NTV.

Algumas imagens na televisão turca e nas redes sociais mostram pessoas assustadas, de pijama, vagando pela neve enquanto observam equipes de resgate vasculhando os escombros de suas casas. 

 

Raed Ahmed, chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, disse à rádio oficial que este foi "historicamente o maior terremoto já registrado". 

Os Capacetes Brancos disseram que a situação é "catastrófica" e pediram às organizações humanitárias internacionais para "intervir rapidamente" para ajudar a população local.

Ajuda internacional 

Na Turquia, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, declarou que "todas as nossas equipes estão em alerta" e pediu ajuda internacional. 

O Azerbaijão, país aliado da Turquia, anunciou o envio imediato de 370 socorristas, segundo a agência oficial de notícias turca. 

Estados Unidos, União Europeia, França, Itália, Alemanha e Israel também informaram o envio de equipes de emergência. 

A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Especialistas alertam há muito tempo que um grande terremoto poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções. 

Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu Elazig em janeiro de 2020, matando mais de 40 pessoas. Em outubro desse mesmo ano, outro de magnitude 7,0 sacudiu o Mar Egeu, causando 114 mortos e mais de 1.000 feridos.