Faleceu nesta quinta-feira (14) Clarinha, uma mulher que foi atropelada no ano de 2000, encontrada sem qualquer documento e, desde então, vivia internada, em coma, no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, no Espírito Santo.
Clarinha, como foi apelidada pelos funcionários do hospital, passou mal ainda pela manhã, teve uma broncoaspiração e não resistiu. O caso da paciente "misteriosa" ganhou repercussão após uma reportagem sobre o caso dela ser exibida no Fantástico.
A paciente foi atropelada no dia dos namorados, no centro de Vitória. Foi resgatada por uma ambulância, mas, não possuía documentos. Nunca apareceu qualquer pessoa da família ou do círculo de amizades dela durante todos esses anos. O local exato do atropelamento e o carro que a atropelou também nunca foram identificados.
Clarinha chegou desacordada ao hospital e assim permaneceu durante todos esses anos.
Depois da reportagem exibida pelo Fantático, várias famílias entraram com o Ministério Público, na esperança de Clarinha ser alguém que elas estavam procurando, mas, por incompatibilidade em alguns casos e testes de DNA negativos em outros, não houve suceso na busca pelos familiares da mulher.
Um detalhe que chamava muita atenção da equipe do hospital é de que a paciente tinha uma cicatriz de cesariana, o que indica que ela seria mãe.
Já aposentado, o médico coronel Jorge Potratz, que cuidava de Clarinha no hospital, falou emocionado sobre a morte da paciente, sem umdesfecho para o seu misterioso caso. “É muito triste ter esse desfecho, mas temos que lembrar que Deus tem um propósito. Em um futuro vou entender tudo isso. Tentamos tornar a vida dela, que é tão difícil, com mais dignidade. É triste esse fim”, enfatizou.
Como não possui documentos, Clarinha corre o risco de ser enterrada como indigente, porém, a equipe do hospital está se mobilizando para que isso não aconteça, no intuito de possibiliar um enterro digno a uma paciente que era bastante especial para todos eles.