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Após sobreviver injeção letal, homem será executado por afixia
Kenneth Smith, um homem de 58 anos condenado à pena de morte, é uma das duas pessoas vivas nos Estados Unidos que sobreviveram a tentativas de execução.
23/01/2024 18h33 Atualizada há 10 meses
Por: Redação Fonte: Reprodução
Kenneth Smith, homem condenado à pena capital no estado do Alabama, nos EUA — Foto: Reuters

Na próxima quinta-feira, 25, está marcado para acontecer no estado do Alabama, nos Estados Unidos, a execução de um homem condenado à morte com um método até então inédito no país: asfixia por gás nitrogênio. A decisão foi tomada depois que o condenado, Kenneth Smith, de 58 anos, sobreviveu a uma tentativa anterior com injeção letal.

A data da execução foi sentenciada pelo juiz R. Austin Huffaker Jr., do Alabama, que negou recurso do réu para que a execução não fosse levada adiante. Kenneth Smith foi preso após ter assassinado uma mulher em março de 1998, em um crime encomendado pelo marido da vítima, um pastor, que se suicidou. A tentativa de execução por injeção letal que falhou aconteceu no dia 17 de novembro de 2022.

Conforme descrito pelo g1, na ocasião, Smith ficou amarrado por mais de uma hora em uma maca, tendo sentido dores físicas e psicológicas enquanto ocorria sua falha execução, o que teria lhe causado o desenvolvimento de um transtorno de estresse pós-traumático, segundo sua defesa.

Além disso, também é dito que ele agora seria submetido à posição de "cobaia" para o método novo e experimental de execução. Os advogados argumentam que a máscara pode não ser totalmente fechada e livre de oxigênio, o que prolongaria a execução e poderia deixar Smith em estado vegetativo, em vez de matá-lo, e até mesmo tornar a morte ainda mais desumana.

Execução inédita

A nova técnica de execução que será utilizada pela primeira vez em Kenneth Smith, a hipóxia por nitrogênio, consiste basicamente em forçar o detento a respirar nitrogênio puro, o que impediria suas funções corporais em questão de alguns segundos. Vale mencionar que o Alabama é um dos três estados norte-americanos que aceita essa técnica, junto de Oklahoma e Mississippi.

A razão para a busca por uma nova forma de execução se deve à dificuldade que os Estados Unidos vêm enfrentando para tentar encontrar as drogas utilizadas nas injeções letais. 

Vale mencionar que o nitrogênio por si só, a princípio, não é nocivo ao ser humano: cerca de 78% do ar que inalamos contém essa substância. A teoria por trás da hipóxia é que, com uma composição de 100% de gás nitrogênio, Smith deve perder a consciência e, em seguida, morrerá por falta de oxigênio.

Para tanto, será colocado em Smith um "respirador de ar tipo-C", uma espécie de máscara utilizada em ambientes industriais para fornecer oxigênio; porém, em vez de oxigênio, seria fornecido gás nitrogênio.A substância deve ser administrada por pelo menos 15 minutos ou cinco minutos após a ausência de sinais vitais. O escritório do procurador-geral do Alabama informa à Justiça que o método "causará inconsciência em questão de segundos e causará a morte em questão de minutos".