A israelese Celeste Fishbein, filha e neta de brasileiras, foi encontrada morta. A informação foi confirmada pela família a GloboNews nesta terça-feira, 17. A jovem de 18 anos estava desaparecida desde o dia 7 de outubro após ser sequestrada pelo Hamas quando o grupo invadiu a fronteira de Gaza.
O sinal do celular dela foi registrado pela última vez na cidade palestina nesta semana. Quando o conflito Israel-Palestina começou, ela se encontrava em sua casa, localizada no Kibutz Be'eri, uma comunidade agrícola bem próxima da Faixa de Gaza. A jovem estava com o namorado, mas ainda não há notícias sobre o paradeiro dele.
Celeste falou com a família no dia do ataque, quando avisou que estava em segurança no mamads, abrigos que existem dentro das casas. Ela chegou a encaminhar à família uma mensagem recebida em um grupo: "Terroristas do Hamas disfarçados de soldados do Exército de Israel estão batendo nas portas. Favor não abrir. Protejam suas vidas."
Esperança
No último domingo, 15, o Fantástico, da TV Globo, exibiu uma reportagem com entrevistas de familiares de Celeste. Durante a última semana, Gladys Fishbein, mãe da jovem, chegou a coletar sangue para fazer o teste de DNA com o objetivo de saber se a filha estava entre as vítimas.
"Sabemos que o telefone dela está em Gaza. Não localizaram o telefone em si, mas o último sinal. Isso não quer dizer nada, o telefone pode estar em um lado e ela estar em outro. [...] Você vai ficando mais desesperado. Eles não passam nenhum tipo de informação", afirma Mário Fishbein, tio da jovem. A mãe esperava encontrar a filha viva, e relatou a angústia de não saber se estava em segurança e sendo bem tratada.
"A situação é insuportável, eu não sei onde ela está, não sei a condição dela, não sei como ela está se sentindo. Eu fico louca. É difícil de continuar a vida, porque para mim, ela está sequestrada. Disseram que encontraram o celular, mas não sabem a condição dela e onde ela está. Minha grande esperança é escutar a voz da minha filha, espero escutar a voz dela, e saber que ela está viva, bem cuidada. Que o mundo inteiro ajude a gente a tirar essas pessoas inocentes de lá. Eu acredito que ela está lá e vai voltar para casa. Celeste vai voltar”, disse Gladys.
Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:
O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos;
A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
Os palestinos reivindicam a criação de seu estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948;
Em 7 de outubro, o Hamas realiza a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em 1.400 israelenses mortos;
Benjamin Netanyahu declara guerra ao Hamas e fala em destruir o grupo;
Israel intensifica o bloqueio a Faixa de Gaza cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza;
Hamas ameaça matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
Israel prepara uma invasão por terrestre à Gaza;
Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
Em dez dias de conflito, 2.808 palestinos morreram e outros 10.859 ficaram feridos. Do lado israelense, há 1.400 mortos e 4,121 feridos;
3 brasileiros morreram: Ranani Glazer, Bruna Valeanu e Karla Mendes;
1 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2.3 milhões, sendo 47% crianças;
Governo já repatriou 915 brasileiros na operação Voltando em Paz;
Brasil costura acordo para cessar-fogo e criação de corredor humanitário que será apresentado em reunião do Conselho de Segurança da ONU.