O homem que foi encontrado morto com a namorada na Estrada de Caraíva, em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, seria integrante de uma facção criminosa. A disputa com um outro grupo teria motivado o crime. A informação foi divulgada ao g1 pelo delegado Paulo Henrique, coordenador da 23ª Coordenadoria de Polícia Civil (23ª Coorpin/Eunápolis).
Segundo o delegado, Carlos André dos Santos, de 29 anos, era investigado pela morte de Francisco Silva Almeida, conhecido como “Tiquinho”, de 35 anos. A vítima foi atingida na cabeça com vários tiros no dia 23 de setembro de 2022. No entanto, o coordenador da 23ª Coorpin não soube detalhar se o homem tinha envolvimento com grupos criminosos.
Carlos André e Ana Julia Freire dos Santos, de 22 anos, foram encontrados mortos no domingo (15). O carro que o casal estava foi incendiado próximo ao local onde os corpos foram localizados. Um bilhete com a frase: “PCE É BALA”, foi achado dentro da roupa de Carlos André. A sigla PCE faz referência à facção criminosa "Primeiro Comando de Eunápolis".
A unidade policial informou que existe a possibilidade das mortes estarem relacionadas com a rivalidade entre facções com atuação em Porto Seguro, com o grupo criminoso de Eunápolis.
Apesar de confirmar que Carlos André atuava em um grupo criminoso, o delegado Paulo Henrique preferiu não revelar se o homem pertencia ao PCE ou era de uma facção rival. A namorada dele não possuía antecedentes criminais.
Carlos André e a namorada eram de Eunápolis. O casal foi passar o feriado de Nossa Senhora Aparecida, na última quinta-feira (12), no litoral de Porto Seguro, e voltava para a o município quando o crime ocorreu.
Ainda de acordo com a 23ª Coorpin, Carlos André dos Santos foi baleado 18 vezes. Os tiros foram dados nas costas e no tórax. Nenhum estojo, cartucho intacto ou projétil foi encontrado no local.
A perícia indicou que os corpos foram retirados do veículo, arrastado e deixados no local. Não há evidências de que a execução do duplo homicídio tenha ocorrido onde as vítimas foram encontradas.
A polícia acredita que a estrada teria servido como local de desova dos corpos, assim como a destruição do carro. Ainda segundo as investigações, Carlos André usava o veículo para trabalhar como motorista por aplicativo. Já Ana Julia trabalhava em uma autoescola, em Eunápolis.