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Setembro Amarelo: Um mês inteiro de combate ao suicídio
O mês de setembro foi declarado internacionalmente como o "Setembro Amarelo", um período dedicado à luta contra o suicídio.
01/09/2023 10h13
Por: Redação

Todos os dias, pessoas em todo o mundo lutam contra problemas de saúde mental que podem levar a pensamentos suicidas. Em um esforço para aumentar a conscientização e a prevenção, o mês de setembro foi declarado internacionalmente como o "Setembro Amarelo", um período dedicado à luta contra o suicídio.

O Setembro Amarelo começou no Brasil em 2014, por meio de uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. A ideia era promover campanhas, eventos e atividades para engajar a população e falar abertamente sobre o assunto.

A cor amarela foi escolhida por representar a vida, a esperança e a alegria, além de se destacar visualmente e chamar a atenção para a causa. Durante todo o mês de setembro, monumentos, prédios públicos, espaços e até mesmo pessoas usam o amarelo como um símbolo de apoio à prevenção do suicídio e à conscientização sobre a importância da saúde mental.

Um dos principais objetivos do Setembro Amarelo é combater o estigma em torno dos transtornos mentais, incentivando as pessoas a falarem abertamente sobre o tema e a buscar ajuda quando necessário. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 800 mil pessoas têm morte por suicídio a cada ano, o que representa uma a cada 40 segundos. Esses números alarmantes destacam a necessidade de ações efetivas para prevenir o suicídio e apoiar aqueles que estão passando por momentos difíceis.

Durante o Setembro Amarelo, são realizados diversos eventos, palestras, caminhadas e atividades voltadas para a conscientização e a prevenção do suicídio. A ideia é envolver não apenas profissionais de saúde mental, mas toda a sociedade, para que todos possam se informar e aprender sobre os sinais de alerta, as formas de ajudar alguém em crise e os recursos disponíveis para busca de apoio.

É fundamental lembrar que a prevenção do suicídio não é responsabilidade apenas de especialistas, mas de todos nós. A escuta atenta, o apoio emocional e a empatia podem fazer a diferença na vida de alguém que está passando por momentos difíceis. A abordagem respeitosa, o oferecimento de suporte e a busca por ajuda profissional são ações que podem salvar vidas.

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando pensamentos suicidas, é importante buscar ajuda imediatamente. No Brasil, o CVV oferece apoio emocional gratuito 24 horas por dia, através do telefone 188, e também por chat, e-mail e pessoalmente em algumas cidades. Além disso, existem diversos serviços de saúde mental disponíveis nos sistemas públicos e privados.

O Setembro Amarelo nos convida a quebrar o silêncio em torno do suicídio e a enfrentar o problema de frente, promovendo a conscientização, a informação e o apoio mútuo. Juntos, podemos reduzir os índices de suicídio e proporcionar uma sociedade mais atenta à saúde mental e ao bem-estar de todos.

Quais são os sinais de alerta?

Saber reconhecer os sinais de alerta pode ser um dos mais importantes passos para a prevenção do suicídio. Caso você identifique alguns destes sinais, converse com a pessoa sobre isso.

Frases como “não consigo encontrar uma solução”, “vocês ficariam melhores sem mim”, “eu não aguento mais”;

Alguns comentários que não devem ser ignorados: “vou desaparecer”; “vou deixar você em paz”; “eu queria poder dormir e não acordar nunca mais”; “é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”;

Falta de esperança;

Angústia e tristeza em grau elevado, sem conseguir sentir prazer e satisfação nas atividades cotidianas;

Ausentar-se das atividades usuais;

Isolar-se das pessoas com quem mantinha contato;

Demonstração de preocupação com a própria morte e expressão de intenções suicidas.

Sabe-se que situações difíceis podem contribuir para o aumento de suicídios. Citamos algumas: exposição ao agrotóxico; perda de emprego; crise política e econômica; discriminação por orientação sexual e identidade de gênero; agressões psicológicas e/ou físicas; sofrimento no trabalho; problemas de relacionamento; dificuldades escolares; diminuição ou ausência de autocuidado; uso abusivo de álcool e outras drogas.

É importante saber que, essas situações, sozinhas, não podem ser consideradas causas de suicídio.

Como ajudar uma pessoa sob o risco de suicídio?

O que se deve fazer:

Aproximar-se da pessoa na qual você observou risco para suicídio e se colocar disponível para ouvi-la e apoiá-la;

Incentivar a pessoa a procurar ajuda e oferecer-se para acompanhá-la;

Não deixar a pessoa com risco iminente sozinha e procurar, imediatamente, ajuda profissional de emergência;

Cuidar para que a pessoa não tenha acesso aos meios que possam provocar a própria morte;

Manter o contato com a pessoa e acompanhar sua evolução.

É fundamental identificar formas de buscar e oferecer apoio o mais precocemente possível. Diante de uma pessoa em risco, é importante se manter próximo, oferecendo apoio de forma atenciosa e sem julgamento.

O que não se deve fazer:

Condenar/julgar, dizendo: “isso é covardia”; “é frescura”; “é loucura”;

Banalizar o sofrimento, utilizando frases como: “é por isso que quer morrer? Já passei por coisas muito piores e não me matei”;

Opinar de acordo com sua experiência e visão de mundo, como: “você quer chamar a atenção”; “te falta Deus”; “isso é falta de vergonha na cara”;

Dar ‘sermões’ do tipo: “tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente”;

Frases de incentivo como: “levanta a cabeça, deixa disso”; “pense positivo”; “a vida é boa”.

Constatações como as referidas acima nos mostram, ainda, que uma das ações de ajuda utilizada para diminuir o alto índice de suicídio é a busca de estudo e compreensão sobre este fenômeno, a divulgação das informações para a sociedade, assim como a comunicação precisa, responsável e ética com quem está sofrendo.

Uma outra ação que pode ajudar é oferecer espaço de acolhimento e diálogo. Assim, falar e procurar conhecer o que está causando o sofrimento, suas principais causas e as formas de ajudar, torna possível salvar vidas!